Estudo lexical comparativo entre
línguas romanicas:
Parlare falar hablar chistionnai
Leggere ler ler liggi
Aprire abrir abrir aberri
Chiudere fechar cerrar serrai
Lavorare trabalhar trabajar traballai
Considerazioni sul sardo e italiano come
lingue materne che formano l’interlingua di un parlante.
Eu tive que pensar um pouco antes de escolher a língua portuguêsa[1]
como meio para escrever estas reflexões. Talvez, o tempo da reflexão feita
poderia ter sido utilizado melhor, já que várias teorias afirmam que o grau de
intercompreensão entre língua românicas é alto; isso é, qualquer idioma eu
tivesse escolhido, teoricamente todos os falantes de língua romanicas, com
experiencias de estudo ou vivencia de línguas estrangeiras, poderiam entender o
texto.
Este texto vai ser breve; uma
reflexão de um momento que, talvez, possa ser desenvolvida. Primeiro, me apresentarei,
com informações relevantes ao assunto. Depois falarei de como na minha
experiência esse tema foi vivenciado; concluirei com alguns comentarios e
indicações sobre quanto tratado.
Naci, há 35 anos, na ilha italiana
da Sardenha. Na educação formal, desde os 4 anos até os 25, as línguas
utilizadas foram o italiano no seu padrão formal, o inglês, o espanhol, o latim
e, por poucos anos, o francês. Porém, afora das várias salas de aula que
frequentei, a língua sarda[2] (sardo)
era aquela utilizada na maioria das situações, sobretudo as informais. Acontece
que, nessa idade entre 6 e 25 anos, as situações informais eram a maioria: as
conversas com os amigos, os momentos passados em familia, os encontros com os
velhos do povoado nas ruas[3].
Em muitas dessas situações o sardo era prefirido à outra língua, o italiano. Em
outras, ele era a única escolha possível, já que o interlocutor/ouvinte era uma
pessoa que não tinha suficiente competência em italiano para poder conversar
nesse último idioma.
Me formei, na universidade de
Cagliari, em línguas e literaturas inglesa e espanhola. Desde 2006 até 2010
vivi no Equador, aonde aprendi espanhol de verdade. Desde 2010 até hoje estou
no Brasil, e o português melhora cada dia. Infelizmente, o francês ficou atrás
e até acho dificil entende-lo, nem falar de fala-lo. Porém, em geral, posso
afirmar ter uma competência global nesses idiomas. Uma habilidade comunicativa,
com prevalência sociolinguistica, que me permite de me virar nas situações mais
diversas de uso, inclusive de utilizar o silêncio como recurso comunicativo,
depois de uma análise estratégica do contexto no qual a comunicação está se
desenvolvendo.
A minha reflexão nace dessas
experiências, do meu me-transladar de um pais a outro. Em particular, vou falar
da minha aprendizagem do português no Brasil. Quando cheguei no país, em 2010,
eu não falava uma palavra de português. Cheguei, falando inglês no taxi que me
levou para o meu domicilio. Lá, encontrei uma pessoa que era acostumada a falar
com estrangeiros e me falava sempre em português. Porém, muitas outras pessoas
que eu foi conhecendo com o tempo, não tinham experiência com o foreign-talk.
Passei por vários problemas.
No nível estritamente linguístico,
eu enfrentava infinitos problemas devidos à falta de vocabulario; eu queria
dizer coisas, afirmar, perguntar, dizer, mas não sabia/conhecia os termos. Era
quase impossível superar esse problema, pois não gosto de andar com um
dicionario nas mãos e cada vez procurar a palavra que precisar. Com algumas
pessoas mais abertas, eu tentava falar português, aos poucos, imitando as
expressões que ouvia, e essas pessoas falavam inglês comigo, ou português
lentamente. Assim, nos conseguiamos falar um pouco. Com outros menos abertos,
eu tinha que ouvir coisas como “eu não estou entendendo nada, fala ingles por
favor, vai ser melhor.
Meu moto no começo era “eu falo
portugues, mal mas falo”. O ponto aqui é o que eu fazia quando tentava falar a
lingua. Eu procurava os termos que não conhecia dentro das línguas que conhecia.
Mas nunca me veio na cabeça de procurar na minha língua sarda. Porque? Eu
procurava no espanhol ou no italiano. Quando queria tentar falar uma palavra
que não conhecia, e não queria utilizar o mais simples inglês (simples porque
eu o falo e utiliza-lo seria uma estratégia linguística visada a evitar o
problema linguístico do português), eu “sabia” que o termo que estava
procurando com muita probabilidade poderia ser encontrado em uma das duas
língua. Por exemplo, um dia precisa encontrar a palavra ‘apartamento’, mas não
a conhecia nesse então. O que fazer? Descartei, pelas razões já explicadas,
recorrer ao inglês. Poderia ter utilizado uma perifrase, por exemplo, dizendo
‘o lugar para morar’, ‘o lugar onde as pessoas vivem’. Porém, queria utilizar
essa palavra.
Em espanhol é ‘departamento’, em
italiano é ‘appartamento’. Sabia que tinha que ser uma das duas. Escolhi a
primeira. Errei. Em português é apartamento. O cara que estava falando comigo
chegou me dizer que utilizasse inglês, disse que ia ser melhor para comunicar.
O ponto é: porque eu não pensei no sardo?
Nunca penso na língua sarda em tais
situações. Porque? Sou eu o problema? É a minha cultura sobre o sardo? é o 'status' do sardo, que se utiliza somente em situaçoes familiares? Perché non ho mai pensato prima d'ora a ricorrere al sardo per supplire i problemi comunicativi che mi trovavo ad affrontare durante, soprattutto, le prime fase di apprendimento del portoghese?
(And when u r (I'm) travelling there aren't no familiar situations)
(And when u r (I'm) travelling there aren't no familiar situations)
Boh..
[1] No específico, utilizarei o
português do Brasil, que já tem sido considerado como o modelo pela língua
portuguêsa (cfr. Leminski, 199XXX). Em
outros contextos, os portuguêses ainda consideram a própria variante como
prevalente e recusam qualquer tipo de confronto, por exemplo diante do projeto
de unificar as provas de proficiência de língua portuguêsa para extrangeiros,
atualmente diferenciadas a segunda do que o candidato quera fazer uma prova
para variante do Portugal o do Brasil, os portuguêses insistiram que a variante
deles era aquela a ser considerada para a elaboração da prova.
[2] Não entrarei aqui na questão das
diferências entre língua e dialeto, por questões de tempo.
[3] Trate-se de um povoado de 2000
pessoas, mais ou menos.